Algures pelo centro interior de Portugal, encontrámos a desculpa perfeita para um fantástico passeio de mota por terras lusas. Descubra com a gente!



Num cenário encantado de um romance antigo, Tomar foi a nossa inspiração para um ponto de partida pela Rota dos Templários. Um palco histórico, uma cidade moderna e um caminho para lá chegar digno de uma viagem em duas rodas.

Pelos contornos sugestivos do Parque Natural das Serras de aire e Candeeiros, seguimos rumo ao Pafarrão, a terra dos laranjais, e a Paialvo pela pacata estrada N357. Entre voltas e voltinhas, perdidos pelas pitorescas aldeias dos arredores, é verdade que escolher o caminho mais directo nunca é para nós a prioridade. É assim que muitas vezes somos surpreendidos pelos encantos do país e do mundo.

Chegados a Tomar, avistamos de imediato o glorioso edifício que conquista a paisagem. Com toda a justiça classificado como Património Mundial da UNESCO, o Convento de Cristo é a imagem da cidade e foi em torno dele que tudo cresceu. Por muito que sejamos alheios aos contornos da história do país, é impossível passar na estrada N349 e não ficar deslumbrado com tão nobre monumento.

A representar uma as maiores áreas monumentais do mundo, o conjunto arquitectónico do Castelo dos Templários e Convento de Cristo exerce um fascínio misterioso sobre qualquer visitante. Estacionar a mota à porta da fortaleza é recomendado.

No seu interior contemplamos a famosa Charola, a Janela Manuelina (ornamentada com motivos marítimos da época dos Descobrimentos), os notáveis jardins e hortas interiores, os claustros, as cozinhas, lareiras.

Ainda em Tomar, agora no centro da cidade, um passeio entre as ruas de calçada portuguesa ornamentada com cruzes templárias é sugerido. Os motivos alusivos à Cruz Templária avistam-se em fachadas, canteiros, ruelas, monumentos, etc. Uma visita à Igreja de Santa Maria do Olival é a continuação da rota.

Seguimos o rio Nabão, que banha a cidade no seu curso até ao Zêzere, pela N358. Fomos desaguar em Constância, a pitoresca vila ribatejana onde o Zêzere encontra o Tejo.

Embalados pela magia da história local, não foi sacrifício percorrer mais uma vez as margens do Rio Tejo. A N3, é a estrada que com graça e tranquilidade nos conduz pelas pacatas aldeias e vilas à beira rio plantadas. Em tempos em que muitos fogem acelerados pela via rápida, nós aproveitamos para demorar no sossego e seguimos pelas curvas da estrada nacional.

Esquecida no século passado, a emanar beleza mesmo por entre paredes decrépitas, a Quinta da Cardiga foi o ponto inesperado de um roteiro não planeado. Imensa, com vistas para o Tejo, na rota dos Caminhos de Santiago e ainda com resquícios dos seus tempos áureos.

Parte integrante de uma rota pelo património da região, a Quinta da Cardiga esteve sobre o domínio da Ordem dos Templários desde a fundação de Portugal no século XII. Ainda hoje, é a Cruz de Cristo o símbolo da casa que mais nos parece um palácio. Relembra-nos a importante presença da ordem religiosa que mais tarde se transformou na Ordem de Cristo. Para além dos seus portões ferrugentos, avistam-se a imponente torre e o portal manuelino, outrora postos de vigia das milícias do Templo.

Para lá do Tejo, e depois da passagem da ponte às portas da Golegã, seguimos pela N118 até ao Miradouro de Almourol. Com um piso de excelente qualidade e a fazer-nos crer que por lá poucas almas circulam, aproveitamos o traçado fabuloso por entre os campos do Ribatejo. O rio, que se avista da maioria do percurso, segue maravilhoso e de meandros repletos de encantos.

Para regressar ao hotel passámos pela estradaN243  através do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiro, que fizemos como uma espécie de percurso para nos ligarmos à natureza. Uma experiência muito bonita.

No final acabamos em um hotel chamado Real Abadia, Congress & Spa Hotel que nos impressionou muito. Tivemos um jantar excepcional e depois pudemos aproveitar as estrelas.

Este foi um roteiro não tão tradicional no mundo das duas rodas, mas que muito sugerimos. Por lá garantimos as boas estradas a unir todos os locais históricos a testemunhar a metamorfose de uma ordem religiosa que dominou o mundo. Adaptando-se ao longo dos séculos, governando e conquistando tudo por onde passaram.

Rutómetro

Itinerario

Alcobaça- Tomar- Charola- Quinta da Cardiga-  Almourol – Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros – Alcobaça

  • Ruta total: 252 Km 
  • Época recomendada: Todo el año.

Puntos de interés

  • Tomar
  • Castelo dos Templários
  • Convento de Cristo
  • Zêzere
  • Castillo de Almourol
  • Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiro

Hoteles recomendados

Real Abadia, Congress & Spa Hotel, Alcobaça, Portugal

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